Alguns Exemplos da Importância da Reconstituição de Acidentes
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Alguns Exemplos da Importância da Reconstituição de Acidentes
Nota prévia: Todos os exemplos são baseados em casos reais de acidentes investigados pelo Núcleo de Investigação de Acidentes do IDMEC/IST, mas todas as referências a marcas de veículos ou locais foram propositadamente alteradas.
Exemplo 1 - Choque frontal:
Dois veículos colidem frontalmente, e posteriormente um deles é colidido por um camião. O impacto ocorre na fixa de rodagem no sentido Coimbra-Viseu. O condutor do veículo Azul afirma que ia no sentido Coimbra-Viseu, quando o veículo cinzento invadiu a sua faixa de rodagem provocando o acidente. O condutor do veículo cinzento ficou gravemente ferido e com amnésia e não se lembra do acidente nem para onde se dirigia. O condutor do veículo pesado que segui no sentido Coimbra-Viseu afirma que à sua frente ia o veículo Azul. As suas declarações tinham um papel importante, pois não tinha qualquer responsabilidade na origem do acidente. A reconstituição do acidente, permitiu demonstrar inequivocamente que o veículo que seguia no sentido Viseu-Coimbra era o veículo Azul e que portanto era o responsável do acidente, pois invadiu a faixa contrária.
Exemplo 2 - Atropelamento dentro de localidade
Um peão é atropelado mortalmente dentro de uma localidade. Não existem testemunhas. O condutor afirma que seguia abaixo da velocidade limite de 50 km/h e que o peão atravessou inadvertidamente fora da passadeira, que se localizava a 30 metros do local onde o peão se imobilizou. Entre o ponto de impacto indicado pelo condutor e o local de imobilização do peão distam 10 metros. A correlação entre as simulações computacionais e os dados da autópsia demonstram que seria impossível o peão ter ficado com as lesões se o ponto de impacto fosse o indicado pelo condutor. Mais a reconstituição do acidente, utilizando modelos biomecânicos, permitiu determinar que para aquelas lesões ocorrem, o peão tinha de estar a atravessar na zona da passadeira, e o veículo a circular a uma velocidade na casa dos 65 km/h, tendo a velocidade tido um papel determinante nas consequências do acidente.
Exemplo 3 - Acidente num cruzamento
Um automóvel que tem uma sinalização de Stop, vira à esquerda numa localidade, sendo colidido lateralmente por um motociclo, cujo condutor tem morte imediata. O condutor do veículo automóvel afirma que parou, olhou, não viu nenhum veículo e avançou. A reconstituição do acidente permite determinar a velocidade dos veículos no instante do impacto. A velocidade do veículo automóvel era compatível com a sua paragem no Stop. A partir da velocidade do motociclo que era mais do dobro da permitida na via, e que provinha de uma lomba localizada a cerca de 100 metros de distância, conclui-se que de facto no instante em que tomou a decisão, o condutor do veículo automóvel, não podia visualizar o motociclo. Além disso a consequência da morte era consequência da velocidade do motociclo.
Exemplo 4 - Choque frontal
Dois veículos colidem frontalmente numa estrada nacional. O impacto ocorre na fixa de rodagem no sentido Porto - Coimbra. Ambos os condutores ficam gravemente feridos, tendo sido transportados de emergência para o hospital, declarando ambos, posteriormente às autoridades, que seguiam no sentido Porto - Coimbra e que foi o outro veículo que invadiu a sua faixa de rodagem. No local elabora o auto do acidente com base numa testemunha ocular que afirma: "Eu seguia no sentido Porto - Coimbra, e de repente vi o Mercedes Azul, começar a invadir a minha faixa de rodagem, consegui desviar-me para a berma e reparei pelo espelho que ele tinha ido colidir com o Seat preto que vinha atrás de mim". A reconstituição do acidente, permitiu determinar que o veículo que segui no sentido Coimbra - Porto e que invadiu a faixa de rodagem era o Seat Preto e não o Mercedes Azul, como o afirmavam a testemunha e o próprio condutor. Neste tipo de acidentes, e como é o caso de choque frontal com pequena sobreposição dos veículos, o que acontece é que os veículos ao chocarem rodam, chegando mesmo a ficar em sentido contrário, ao que tinha antes do acidente, confundindo as testemunhas, que não estando a visualizar os acontecimentos, tendem a fazer a sua própria reconstituição mental do acidente.
Exemplo 5 - Inversão de marcha ou choque de traseira:
Uma mota é colidida por um veículo automóvel. O condutor do veículo automóvel afirma que a mota estava a fazer inversão de marcha na curva. O condutor de um automóvel que segui atrás do primeiro confirma esta versão. O condutor da mota morre em consequência do impacto, não podendo contar a sua versão do acidente. A reconstituição do acidente permite determinar, que era impossível a mota estar a fazer inversão de marcha, porque isso não era compatível com a projecção do corpo e do motociclo para os pontos de imobilização indicados no croquis, nem com as deformações dos veículos. A análise dos danos nos veículos e os vestígios na via, além das simulações computacionais permitem concluir que a mota seguia normalmente no mesmo sentido de marcha do veículo automóvel, tendo sido colidia de traseira por este.
Exemplo 6 - Acidente com velocípede:
Um velocípede (bicicleta) sofre um impacto de traseira de um automóvel. O condutor do velocípede morre e o condutor do veículo automóvel afirma que o velocípede virou bruscamente à esquerda, não conseguindo evitar o acidente. As simulações computacionais permitem determinar, que no instante do impacto o velocípede não está a virar á esquerda, antes pelo contrário está a deslocar-se para a sua direita. A velocidade de circulação do automóvel, era quase o triplo da permitida pela sinalização tendo tido uma contribuição decisiva, quer para a produção do acidente, quer para as suas consequências.
Exemplo 7 - Utilização do cinto de segurança:
Em consequência de um choque de traseira, o ocupante do banco traseiro de um automóvel, fica paraplégico. O passageiro afirma que usava correctamente o cinto de segurança com três pontos. A partir da reconstituição do acidente determinaram-se as acelerações, forças e velocidades a partir dos danos nos veículos e das posições finais destes indicadas no croqui das autoridades. Utilizando modelos biomecânicos para o ocupante foi simulado o cenário do acidente com este a utilizar cinto e sem utilizar cinto. A correlação dos resultados dos modelos computacionais com as lesões descritas no relatório médico demonstrou que era impossível, que este estiver a usar correctamente o cinto no instante do impacto e como tal as suas lesões eram resultado da não utilização do cinto de segurança.
Exemplo 1 - Choque frontal:
Dois veículos colidem frontalmente, e posteriormente um deles é colidido por um camião. O impacto ocorre na fixa de rodagem no sentido Coimbra-Viseu. O condutor do veículo Azul afirma que ia no sentido Coimbra-Viseu, quando o veículo cinzento invadiu a sua faixa de rodagem provocando o acidente. O condutor do veículo cinzento ficou gravemente ferido e com amnésia e não se lembra do acidente nem para onde se dirigia. O condutor do veículo pesado que segui no sentido Coimbra-Viseu afirma que à sua frente ia o veículo Azul. As suas declarações tinham um papel importante, pois não tinha qualquer responsabilidade na origem do acidente. A reconstituição do acidente, permitiu demonstrar inequivocamente que o veículo que seguia no sentido Viseu-Coimbra era o veículo Azul e que portanto era o responsável do acidente, pois invadiu a faixa contrária.
Exemplo 2 - Atropelamento dentro de localidade
Um peão é atropelado mortalmente dentro de uma localidade. Não existem testemunhas. O condutor afirma que seguia abaixo da velocidade limite de 50 km/h e que o peão atravessou inadvertidamente fora da passadeira, que se localizava a 30 metros do local onde o peão se imobilizou. Entre o ponto de impacto indicado pelo condutor e o local de imobilização do peão distam 10 metros. A correlação entre as simulações computacionais e os dados da autópsia demonstram que seria impossível o peão ter ficado com as lesões se o ponto de impacto fosse o indicado pelo condutor. Mais a reconstituição do acidente, utilizando modelos biomecânicos, permitiu determinar que para aquelas lesões ocorrem, o peão tinha de estar a atravessar na zona da passadeira, e o veículo a circular a uma velocidade na casa dos 65 km/h, tendo a velocidade tido um papel determinante nas consequências do acidente.
Exemplo 3 - Acidente num cruzamento
Um automóvel que tem uma sinalização de Stop, vira à esquerda numa localidade, sendo colidido lateralmente por um motociclo, cujo condutor tem morte imediata. O condutor do veículo automóvel afirma que parou, olhou, não viu nenhum veículo e avançou. A reconstituição do acidente permite determinar a velocidade dos veículos no instante do impacto. A velocidade do veículo automóvel era compatível com a sua paragem no Stop. A partir da velocidade do motociclo que era mais do dobro da permitida na via, e que provinha de uma lomba localizada a cerca de 100 metros de distância, conclui-se que de facto no instante em que tomou a decisão, o condutor do veículo automóvel, não podia visualizar o motociclo. Além disso a consequência da morte era consequência da velocidade do motociclo.
Exemplo 4 - Choque frontal
Dois veículos colidem frontalmente numa estrada nacional. O impacto ocorre na fixa de rodagem no sentido Porto - Coimbra. Ambos os condutores ficam gravemente feridos, tendo sido transportados de emergência para o hospital, declarando ambos, posteriormente às autoridades, que seguiam no sentido Porto - Coimbra e que foi o outro veículo que invadiu a sua faixa de rodagem. No local elabora o auto do acidente com base numa testemunha ocular que afirma: "Eu seguia no sentido Porto - Coimbra, e de repente vi o Mercedes Azul, começar a invadir a minha faixa de rodagem, consegui desviar-me para a berma e reparei pelo espelho que ele tinha ido colidir com o Seat preto que vinha atrás de mim". A reconstituição do acidente, permitiu determinar que o veículo que segui no sentido Coimbra - Porto e que invadiu a faixa de rodagem era o Seat Preto e não o Mercedes Azul, como o afirmavam a testemunha e o próprio condutor. Neste tipo de acidentes, e como é o caso de choque frontal com pequena sobreposição dos veículos, o que acontece é que os veículos ao chocarem rodam, chegando mesmo a ficar em sentido contrário, ao que tinha antes do acidente, confundindo as testemunhas, que não estando a visualizar os acontecimentos, tendem a fazer a sua própria reconstituição mental do acidente.
Exemplo 5 - Inversão de marcha ou choque de traseira:
Uma mota é colidida por um veículo automóvel. O condutor do veículo automóvel afirma que a mota estava a fazer inversão de marcha na curva. O condutor de um automóvel que segui atrás do primeiro confirma esta versão. O condutor da mota morre em consequência do impacto, não podendo contar a sua versão do acidente. A reconstituição do acidente permite determinar, que era impossível a mota estar a fazer inversão de marcha, porque isso não era compatível com a projecção do corpo e do motociclo para os pontos de imobilização indicados no croquis, nem com as deformações dos veículos. A análise dos danos nos veículos e os vestígios na via, além das simulações computacionais permitem concluir que a mota seguia normalmente no mesmo sentido de marcha do veículo automóvel, tendo sido colidia de traseira por este.
Exemplo 6 - Acidente com velocípede:
Um velocípede (bicicleta) sofre um impacto de traseira de um automóvel. O condutor do velocípede morre e o condutor do veículo automóvel afirma que o velocípede virou bruscamente à esquerda, não conseguindo evitar o acidente. As simulações computacionais permitem determinar, que no instante do impacto o velocípede não está a virar á esquerda, antes pelo contrário está a deslocar-se para a sua direita. A velocidade de circulação do automóvel, era quase o triplo da permitida pela sinalização tendo tido uma contribuição decisiva, quer para a produção do acidente, quer para as suas consequências.
Exemplo 7 - Utilização do cinto de segurança:
Em consequência de um choque de traseira, o ocupante do banco traseiro de um automóvel, fica paraplégico. O passageiro afirma que usava correctamente o cinto de segurança com três pontos. A partir da reconstituição do acidente determinaram-se as acelerações, forças e velocidades a partir dos danos nos veículos e das posições finais destes indicadas no croqui das autoridades. Utilizando modelos biomecânicos para o ocupante foi simulado o cenário do acidente com este a utilizar cinto e sem utilizar cinto. A correlação dos resultados dos modelos computacionais com as lesões descritas no relatório médico demonstrou que era impossível, que este estiver a usar correctamente o cinto no instante do impacto e como tal as suas lesões eram resultado da não utilização do cinto de segurança.
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